quinta-feira, 24 de novembro de 2011

PROJETO ESCOLA HUMBERTO DE CAMPOS

Estado do Rio Grande do Sul
Secretaria de Educação
8ª Coordenadoria Regional de Educação
Escola Estadual de Ensino Fundamental Humberto de Campos
Santa Maria


PROJETO PEDAGÓGICO



1. IDENTIFICAÇÃO:

1.      Título: Introdução à Educação Digital: Artesãos do Rap

2.      Disciplina: Língua Portuguesa, Geografia e Educação Física

3.      Série: 1º e 2º anos – Ensino Médio

4.      Turma/turno: 1ªA e 2ªA – manhã

5.      Período de execução: 03 a 29 de outubro de 2011

6.      Professores: Eliane Momolli (Coordenação Pedagógica)
                                      Estelamaris Finger (Prof.ª Língua Portuguesa)
                                      Izabel Cristina Pretto Flores (Prof.ª Geografia)
                                      Rita Helena Urbanetto Nogueira (Prof.ª Educação Física)


2.  INTRODUÇÃO:

                        Hoje, as possibilidades de comunicação são vastas. De qualquer canto do mundo, podemos estabelecer contatos, com isso as fronteiras se abrem, e as distâncias diminuem. Podemos pesquisar, e estudar, informar-nos, manter relacionamentos, conhecer fatos, instantaneamente, que acontecem em todos os continentes.
                        Usar, na sala de aula, de forma benéfica, responsável e não como única, esta ferramenta – o computador com todos seus recursos – é imprescindível para o educador e para o educando de hoje.
                        Assim, melhor enfrentarão o processo pelo qual atravessa a instituição escolar no atual estágio da globalização, sofrendo grandes transformações, principalmente, no âmbito tecnológico.


3. OBJETIVO GERAL:

                        Fomentar o uso das tecnologias da informação e comunicação, como possibilidade do fazer pedagógico em diferentes áreas do conhecimento (Língua Portuguesa, Geografia e Educação Física) efetivando, também, dessa forma, a interdisciplinaridade.



4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

                        - Estudar as variações linguísticas.
                        - Pesquisar o histórico, temas mais usados nas letras, lugares de maior concentração de veiculação e faixa etária dos apreciadores do Rap.
                        - Ler e interpretar textos relativos ao assunto mencionado.
                        - Produzir um texto – Rap – usando uma variação informal.
                        - Fazer a versão do Rap produzido pelos alunos, para a variação culta da língua portuguesa.
                        - Desenvolver e aprimorar a socialização do educando por meio de um gênero musical, típico da realidade que envolve o adolescente da periferia urbana.
                        - Inserir o educando à educação digital.
                        - Produzir um infográfico de maior veiculação do Rap no Brasil.
                        - Estimular o desenvolvimento psicomotor do educando, através da dança e da dramatização, aprimorando o ritmo, coordenação motora ampla, lateralidade e expressão corporal.


5. JUSTIFICATIVA:
                       
                        Necessidade de concretização da produção do conhecimento do aluno pela prática, a partir da exposição teórica sobre “variação linguística”.
                        Inserção dos recursos digitais no fazer pedagógico como necessidade atual.
                        Um grande interesse pelo gênero musical – “RAP” – manifestado pelos educandos.
                        Exigência, como uma atividade prática, no curso de Introdução à Educação Digital.


6. RECURSOS UTILIZADOS:

                        Humanos: alunos e professores.
                        Materiais: computador, filmadora, aparelho de som, gravador, máquina fotográfica, sala de aula, repartições da instituição socioeducativa (CASE).


7. PROCEDIMENTOS:

                        Pedido de autorização, via ofício, realizado pela direção da Escola Humberto de Campos à direção do CASE, objetivando o aval para o desenvolvimento do projeto.
                        Exposição do conteúdo teórico (variações linguísticas), na sala de aula, pela professora de Língua Portuguesa.
                        Encaminhamento dos alunos à sala de informática pelas professoras de Geografia e Educação Física, com o objetivo de realizarem uma pesquisa sobre o gênero musical já mencionado.
                        Novamente, na aula de Língua Portuguesa, ocorrerá a realização da produção textual – Rap – e da versão do mesmo para a Língua Padrão.
                        Dramatização: cantar e dançar o Rap criado pelos próprios alunos, com os depoimentos individuais de cada participante.
                        Registrar o passo anterior fotografando a dramatização.
                        Retorno aos alunos do resultado do trabalho.

8. CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES:
                       
                        Este projeto será desenvolvido dentro dos períodos fixados para cada disciplina já mencionada, dentro do quadro de horário da escola.


9. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

                        Curso Introdução à Educação Digital – Núcleo de Tecnologia Educacional – NTE Santa Maria/RS – 8ª Coordenadoria Regional de Educação (Proinfo integrado).
                        Site: http://www.suapesquisa.com/rap/, acesso em 06 de novembro de 2011.


10. OBSERVAÇÃO:

                        Este projeto será desenvolvido com a participação de adolescentes que se encontram internados na unidade do CASE – Santa Maria/RS – cumprindo medidas socioeducativas.


































Rap criado pelos alunos na aula de Língua Portuguesa

SÓ TENHO O QUE MEREÇO!!!

Grupo: PC Fase Santa Maria
Alisson            Jean
  Andrei        Robson
                                                                                                                        Canigian

Acordei... mais um dia
na FEBEM de Santa Maria.
Você não sabe como é caminhar
com vários munitores
querendo te incurná.
Já tô aqui
a um ano e uns dias,
longe das ruas, longe da família.
A juíza não se decidiu
pelos vários delitos que em mim caiu.
Um ano, dois... sei lá...
tanto faz...
só quero paz e curti
um rap ao lado dos meus pais.
Cheguei até aqui e
um dia chego lá.
Tirando um final de semana a menos
ou um a mais,
sei lá...
tanto faz...
os dias são iguais! ...
Na rua acendia um cigarro
pra vê o dia passá.
Aqui na FEBEM
nenhum crivo posso fumá.
Por causa das drogas
minha vida destruí,
por isso tô aqui.
Me perdi no caminho da vida.
Por causa das drogas
não consegui voltá.
Pra pagar pelos meus erros
me puseram nesse lugar.
Só tenho o que mereço,
humildade vem de berço.
Amor... só de mãe, outro não conheço.
Cheguei até aqui e
um dia chego lá.
Tirando um final de semana a menos
ou um a mais,
sei lá...
tanto faz...
os dias são iguais! ...
                        Passagem da variação linguística informal – gíria – utilizada no RAP, para a Língua Padrão, realizada pelos educandos, sob a orientação da Professora de Língua Portuguesa.

Acordei, novamente,
na FEBEM de Santa Maria.
Você desconhece o que é caminhar
sob o olhar de vários monitores
querendo te penalizar.
Já estou aqui
há um ano e alguns dias,
longe das ruas e da família.
E a Juíza ainda não decidiu
se sou culpado pelos vários atos infracionais que cometi.
Um, dois anos... não sei...
tanto faz...
só quero ter paz e ouvir
um rap junto com os meus pais.
Cheguei até aqui e
em um outro dia chegarei lá.
Um final de semana a mais
ou não,
tanto faz...
os dias são iguais! ...
Na rua, acendia um cigarro
para ver o dia passar.
Aqui, na FEBEM,
nem um posso fumar.
Devido às drogas
destruí a minha vida,
por isso estou aqui.
Perdi-me no caminho da vida.
Por ter usado drogas
não consegui me recuperar.
A fim de pagar pelos meus erros,
puseram-me nesse lugar.
Só tenho o que mereço,
a humildade vem de berço.
Amor... somente de mãe, outro desconheço.
Cheguei até aqui e
em um outro dia chegarei lá.
Um final de semana a mais
ou não,
tanto faz...
os dias são iguais! ...




O que é o Rap
                        O gênero musical rap significa ritmo e poesia, que em inglês é conhecido como rhythm and poetry. O rap surgiu na Jamaica na década de 60. Esse gênero musical foi levado pelos imigrantes jamaicanos para os Estados Unidos, mais especificamente para os bairros pobres de Nova Iorque, no começo da década de 70. Principalmente os jovens de origens negra e espanhola, em busca de uma sonoridade nova, deram um significativo impulso ao rap.
                        O rap tem uma batida rápida e acelerada e a letra vem em forma de discurso, muita informação e pouca melodia. Geralmente, as letras falam das dificuldades da vida dos habitantes dos bairros da periferia das grandes cidades. As gírias das gangues desses bairros são muito comuns nas letras de música rap. Além disso, o cenário rap é acrescido de danças com movimentos rápidos e malabarismos corporais. O break, por exemplo, é um tipo de dança relacionada ao rap. O cenário urbano do rap é formado ainda por um visual repleto de grafites nas paredes das grandes cidades.
                        No começo da década de 80, muitos jovens norte-americanos, cansados da disco music, começaram a mixar músicas e criar sobre elas arranjos específicos. As músicas de James Brown, por exemplo, já serviram de base para muitas músicas de rap. O MC (mestre-de-cerimônias) é o responsável pela integração entre a mixagem e a letra em forma de poesia e protesto. É considerado como o marco inicial do movimento rap norte-americano, o lançamento do disco Rapper’s Delight, do grupo Sugarhill Gang.

Entendendo o Rap
                        Geralmente, o rap é cantado e tocado por uma dupla composta por um DJ (disc-jóquei), que fica responsável pelos efeitos sonoros e mixagens, e por MCs que se responsabilizam pela letra cantada. Quando o rap possui uma melodia, ganha o nome de hip hop.
                        Um efeito sonoro muito típico do rap é o scratch (som provocado pelo atrito da agulha do toca-discos  no disco de vinil). Foi o rapper Graand MasterFlash que lançou  o scratch e depois deles, vários scratchings começaram a utilizar o recurso: Ice Cube, Ice T, Run DMC, Public Enemy, Beastie Boys, Tupac Shakur, Salt’N’Pepa, Queen Latifah, Eminem, Notorious, entre outros.

Anos 80: auge do Rap e mudanças
                        Na década de 80, o rap sofreu uma mistura com outros estilos musicais, dando origem a novos gêneros, tais como: o acid jazz, o raggamufin (mistura com o reggae) e o dance rap. Com letras marcadas pela violência das ruas e dos guetos, surge o gangsta rap, representado por Snoop Doggy Dogg, LL Cool J, Sean Puffy Combs, Cypress Hill, Coolio, entre outros.
                        Nas letras do Public Enemy, encontramos mensagens de cunho político e social, denunciando as injustiças e as dificuldades das populações menos favorecidas da sociedade norte-americana. É a música servindo de protesto social e falando a voz do povo mais pobre.

Movimento Rap no Brasil
                        O rap surgiu no Brasil em 1986, na cidade de São Paulo. Os primeiros shows de rap eram apresentados no Teatro Mambembe pelo DJ Theo Werneck. Na década de 80,  as pessoas não aceitavam o rap, pois consideravam este estilo musical como sendo algo violento e tipicamente de periferia.
                        Na década de 90, o rap ganha as rádios e a indústria fonográfica começa a dar mais atenção ao estilo. Os primeiros rappers a fazerem sucesso foram Thayde e DJ Hum. Logo a seguir, começam a surgir novas caras no rap nacional: Racionais MCs, Pavilhão 9, Detentos do Rap, Câmbio Negro, Xis & Dentinho, Planet Hemp e Gabriel O Pensador.
                        O rap começava então a ser utilizado e misturado por outros gêneros musicais. O movimento mangue beat, por exemplo, presente na música de Chico Science & Nação Zumbi fez muito bem esta mistura.
                        Nos dias de hoje, o rap está incorporado no cenário musical brasileiro. Venceu os preconceitos e saiu da periferia para ganhar o grande público. Dezenas de CDs de rap são lançados anualmente, porém o rap não perdeu sua essência de denunciar as injustiças, vividas pelas pessoas pobres das periferias das grandes cidades.
Rap no Brasil, Rap nos Estados Unidos, significado da palavra RAP, grupos de Rap, hip-hop e break. 15 de Abril 2009. Fonte: http://www.suapesquisa.com/rap/, acesso em 06 de novembro de 2011.
rap - música











Infográfico de maior veiculação do RAP no Brasil
























Anexos








Um comentário:

  1. Prof.ª Estelamaris, não sabe o quão feliz estou em reencontrá-la! Não sei se estás lembrada de mim, chamo-me Filipe e fui seu aluno na escola Olavo Bilac, em São Borja, no ano de 2004 (seu último ano lá, inclusive), quando eu estava no 1º ano do Ens. Médio. Sou filho da Jacira, que era sua colega na época na escola.
    Sei que esse não é o espaço ideal para essa mensagem, mas tentei encontrá-la nas redes sociais e não obtive êxito. Colei grau em Jornalismo pela Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) no final de março e foi impossível não lembrar de você. Foste responsável por despertar minha paixão pela língua portuguesa, pela comunicação. Continuo aqui na cidade, mas, em breve, pretendo "alçar voo".
    Espero que esteja tudo bem e, se possível, dê notícias. Meu e-mail é filipevieira.sb@gmail.com
    De um ex-aluno saudoso, Filipe.

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